Livros

As correntes que arrastamos...

“Queremos transformar o mundo e somos incapazes de nos transformar a nós próprios. Queremos ser livres, fazer a nossa vontade, e a todo o momento arranjamos desculpas para reprimir os nossos desejos. E o pior é que nos convencemos com as nossas próprias desculpas, deixamos de ser lúcidos. só covardia. É medo de nos enfrentarmos, é um medo que nos ficou dos tempos em que temíamos Deus, ou o pai

Literatura, poesia compreensível e língua culta

Leitor fanático-compulsivo, acho que sou dos poucos seres que compram e leem livros de poesia. Tenho me decepcionado com alguns celebrados poetas contemporâneos, cujos poemas são tão herméticos que acho que só eles e os críticos que os louvam entendem… Melhor a poesia popular do Leminski, que, sim, é capaz de emocionar e fazer refletir, mesmo em meio aos seus trocadilhos mais baratinhos. Pelo menos são passíveis de compreensão, análise

Li “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe, e fiquei arrebatado! O primeiro capítulo, “O homem que era só metade”, é maravilhoso. Algumas pitadas do texto: “…quando se sonha tão grande a realidade aprende.” “Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios.” “Amar era

"Mugido de trem"

“Mugido de Trem”, de Nilson Monteiro, é um belo livro. Graficamente agradável na forma (capa muito bonita, ilustrações de ótima qualidade, bom projeto gráfico), melhor ainda no conteúdo. Não é “mais uma obra qualquer”. Também não é um livro de leitura fácil – é feito para leitores inteligentes e habituados ao consumo de literatura. Tem consistência. Tem qualidade. Tem estilo. Os 57 capítulos são cada um uma pequena história ou pedaços

Resultado do Portugal Telecom

Saiu ontem o resultado do Prêmio Portugal Telecom. Dalton Trevisan foi premiado na categoria conto com “O anão e a ninfeta”. Não gostei. Não por que não aprecie a obra do vampiro, embora ache que alguns livros dele só se baseiam no nome (“Pico na veia”, p. ex., achei patético). Não li o livro premiado. Será que não é “mais do mesmo”? Mas não gostei da premiação porque estava torcendo

"Porre" de cinema

Aproveitei a antevéspera de Natal para mais um “porre” de cinema, dessa vez bem acompanhado por meu filho, companheiro de aventuras. Vimos três filmes: “A rede social”, “Enterrado vivo” e “Comer, rezar, amar”. Tivemos sorte dessa vez: são todos filmes que merecem ser assistidos, e cada um bem diferente dos outros. “A rede social” é o filme do heroísmo pós-moderno. Os personagens são sempre hedonistas, egoístas, interesseiros, e alguns muito

“Um erro emocional”

No dia em que o novo livro de Cristóvão Tezza chegou às livrarias, fui comprá-lo. E li-o imediatamente. Como era de se esperar, um livro que mostra a maestria de Tezza. Trata de um diálogo, um simples diálogo. As palavras trocadas caberiam em poucas páginas. Mas as frases são entremeadas de pensamentos, lembranças, temores, decisões e indecisões das duas pessoas que dialogam. Não é um livro fácil de ler. Exige

Razões para revisar um texto

Imagine alguém que goste (e entenda) muito de risoto. Nosso gourmand vai a um restaurante de grande prestígio, cuja cozinha é dirigida por um chef de renome internacional, e pede seu prato predileto: risoto de camarão. Ao recebê-lo na mesa, tudo parece perfeito: o aroma, a textura do camarão, os condimentos, o gosto delicioso… Entretanto, enquanto refestela o paladar, mastigando o arroz cozido no ponto perfeito, nosso personagem encontra, cá

Um bom livro!

A Editora Pós-Escrito acaba de lançar seu 21º livro, o segundo de literatura. Trata-se de “Contos e outras coisas de Eribar”. A obra é uma coletânea de contos, crônicas, poemas, textos para teatro e “outras coisas” do advogado e escritor Eriel Barreiros. O livro é muito interessante. Os contos são bastante divertidos e criativos. As crônicas, em geral, tratam da vida rural ou miserável, das mazelas do homem, que está

Livros

De passagem por aqui, quero recomendar os cinco melhores livros dentre os que li neste ano (cerca de 25). Estão na ordem em que os li e não em ordem de preferência. Lá vai: 1) “O filho eterno”, de Cristóvão Tezza. Muito bom mesmo, merecedor de todos os inúmeros prêmios que ganhou. Tezza está hoje entre os principais escritores brasileiros. Seu texto é absolutamente impecável – e saboroso. E neste