Tomás Barreiros

SOBRE A DURAÇÃO DOS DISCURSOS

Há um célebre conselho antigo aos “discurseiros”: “seja breve e agradarás”. Nossos políticos deveriam aprender isso. Conta-se que, quando Eduardo Rocha Virmond era Secretário da Cultura, houve uma apresentação pública, ao ar livre, da Orquestra Sinfônica do Paraná. O parque encheu de gente, o povo querendo ouvir música erudita. Mas… programaram antes a discurseira dos políticos: prefeito, governador, autoridade disso, autoridade daquilo… E o povo sob o sol, esperando a falação

QUE RELIGIÃO É ESSA?

Perdoem-me previamente, mas, assim como inventaram o rótulo “ecochatos”, devia haver algo para alguns “religiosos”. Como “féchatos” ou coisa parecida (alguma sugestão?)… Vi uma entrevista do Leandro Damião sobre o gol que fez contra o São Paulo. Ele disse algo mais ou menos assim: “Chutei meio de tornozelo, a bola foi devagarinho, achei que fosse bater na trave, mas entrou. Acho que Deus deu um toquinho ali pra ela entrar…” Tá,

DE NOVO...

Já expliquei trocentas vezes, mas vou tentar de novo:– Errado: “O Atlético errou mais passes, cruzamentos e fez mais faltas.”– Certo: “O Atlético errou mais passes e cruzamentos e fez mais faltas.”Será que é tão difícil entender? …”passes e cruzamentos” são complemento do verbo “errar”; “mais faltas” é complemento do verbo “fazer”.Nesse caso, é simples: basta escrever como a gente fala.

Quanta bobagem...

É incrível como nossos políticos se esmeram em falar besteira. Lula defendeu que a mulher não deve ser submissa ao marido por um prato de comida, mas por amor. Dilma afirmou que aprendeu a gostar de futebol indo ao Mineirão quando criança – e o estádio só foi inaugurado quando ela tinha 17 anos. Então, Lula acha que a mulher tem que ser submissa, e Dilma ainda era criança quando

Li “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe, e fiquei arrebatado! O primeiro capítulo, “O homem que era só metade”, é maravilhoso. Algumas pitadas do texto: “…quando se sonha tão grande a realidade aprende.” “Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios.” “Amar era

"Mugido de trem"

“Mugido de Trem”, de Nilson Monteiro, é um belo livro. Graficamente agradável na forma (capa muito bonita, ilustrações de ótima qualidade, bom projeto gráfico), melhor ainda no conteúdo. Não é “mais uma obra qualquer”. Também não é um livro de leitura fácil – é feito para leitores inteligentes e habituados ao consumo de literatura. Tem consistência. Tem qualidade. Tem estilo. Os 57 capítulos são cada um uma pequena história ou pedaços

A difícil tarefa de quem combate a corrupção

Tempos atrás, encontrei duas pessoas envolvidas em lutas contra a corrupção em áreas diferentes – ambos, gente que respeito e admiro. Um, desanimado com as duríssimas consequências pessoais do seu trabalho, declarou-se desanimado e contou que estava largando a luta para dedicar-se a atividades mais “tranquilas”. O outro pediu apenas: “Reze por mim” – para indicar o quanto lhe estava sendo pesada a tarefa.Triste. Este é o país onde o

FUTEBOL - QUE COISA!

Volta e meia posto aqui comentários sobre futebol. Acho incrível como o tema suscita paixões desvairadas – e não entendo bem por quê. Já recebi até ameaça de morte por isso no Facebook! Acredito na explicação freudiana: a paixão por um time de futebol faz parte dos mecanismos psicológicos de defesa que tornam a vida suportável. Mas, pelo visto, há muita gente que extrapola. Então, quero deixar clara minha posição a

VIDA DE PROFESSOR

Fiz muita coisa difícil na vida, profissionalmente falando. Mas nada é mais difícil do que ser professor. Exige conhecimento, capacidade de transmitir esse conhecimento, habilidade no trato com os alunos, sensibilidade para perceber as necessidades deles e muitas outras coisas. E os professores de bacharelados, na quase totalidade dos casos, não são preparados para dar aulas – fazem-no repetindo velhos modelos, na base da tentativa e erro. Depois de alguns

EXPERIÊNCIA MUSICAL

Sexta-feira. Viajo a Joinville acompanhado, como sempre, pelo rádio. Mantenho-o entre a CBN e a BandNews até onde o sinal alcança. Quando já não consigo ouvir essas estações, resolvo experimentar as rádios locais. Um toque no botão, e o dial corre para uma rádio tocando “sertanejo”. Como a melodia é igual a tantas outras, atento para a letra. Diz algo assim: o cara não consegue pegar mulher na balada, então,