Filme da semana: “Projeto X – Uma festa fora de controle“. Fui ver sozinho, sem a companhia de meu filho, não porque a “censura” é 18 anos, mas porque vi num cinema um cartaz intimidador em letras grandes dizendo que era “absolutamente proibida a entrada de menores, mesmo acompanhados dos pais, por causa das cenas de sexo e drogas”. Bem, então, fui preparado para ver uma comédia fraca (pela avaliação da Gazeta do Povo) e um pouco de sexo na tela grande (o que tinha visto em Shame, depois de muuuito tempo).
Conclusões:
1) Toda “censura”, como sempre, é burra e ridícula. O filme tem quase zero de sexo. Se a classificação dele é 18 anos, então, American Pie deveria ser 21, pelo menos. Drogas? Nada diferente do que costuma aparecer em filmes tipo “sessão da tarde”. De passagem: o filme “Drive”, superviolento, com vários assassinatos de grande crueza (num deles, a vítima tem a cabeça esmagada a pisões), está classificado como impróprio para menores de 16 anos… Então, a violência extrema é totalmente aceitável, natural para um adolescente. Já o sexo, é coisa horrorosa, que deve ser proibida… A esse propósito, sugiro a leitura da crônica “O travesseiro de Lenny Bruce“, de Luis Fernando Veríssimo (clique no título).
2) Achei o filme bastante relevante. É um retrato do comportamento e dos valores de muitos adolescentes de hoje, educados para o hedonismo e o egoísmo sem consequências. Tudo justifica a busca pelo prazer e pela diversão – que se resume a sexo e drogas. Não importam as consequências, nem o preço a pagar. Deve-se buscar o paroxismo da “diversão”, sem se importar com os outros nem se preocupar com qualquer consequência. E quem faz isso ainda pode virar herói e ver sua popularidade “explodir”.
Apesar dos naturais exageros de um filme anunciado como comédia, é assustador, pela mensagem que transmite. E que, pior, tem eco e verossimilhança. Recomendo o filme para quem tem contato com adolescentes. Pena que não pude levar meu filho – seria ponto de partida para ótimas conversas.