Como afundar um time

A triste situação do Atlético Paranaense se deve a uma série de erros. Nada melhor que analisar os erros passados para não os cometer de novo… Vamos à lista:

1) Dispensar Ney Franco. Este foi o primeiríssimo erro: demitir um ótimo técnico, honesto, franco (sem trocadilho) e de bom caráter. Se ele tivesse ficado, a situação do time não estaria tão ruim.

2) Não segurar bons jogadores. A diretoria alega que não tem condições financeiras para isso. A desculpa não cola – a mídia informa que o CAP é o clube mais superavitário do futebol brasileiro. Portanto, poderia ter segurado Alex Mineiro e Claiton, por exemplo – o que fatalmente teria garantido pelo menos o título paranaense.

3) Não contratar bons jogadores. Se olharmos a tabela dos artilheiros do Brasileirão, veremos na ponta Kleber Pereira, Alex Mineiro e Washington, todos consagrados na vitrine do CAP. Por que o Atlético não poderia contratá-los? Por que o Washington e o Kleber não voltaram para a Arena? Fluminense e Santos certamente não têm condições financeiras melhores que as do CAP.

4) Contratar errado. É incrível a quantidade de jogadores mal-contratados, a começar pelos jogadores em fim de carreira ou sempre machucados. Alberto, Gustavo, Júlio César e Joãzinho estão aí para comprovar: se recebessem por partida jogada, já estariam falidos.

5) Privilegiar aumento de patrimônio em detrimento da qualidade do time. De nada adianta uma maravilhosa arena sem um time à altura. O Atlético já tem o mais moderno estádio do Brasil. Conta com 20.000 sócios-torcedores que garantem uma boa renda. Se tiver um time campeão, terá retorno financeiro para terminar o estádio. Com um time pífio, de segunda divisão, verá o número de sócios e a renda dos jogos diminuir.

6) Falando em renda, outro erro craso: recusar a cota de R$ 1 milhão pelos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense. Atitude antipática, ridícula, que fez o clube perder a oportunidade de mostrar a todo o estado a série vitoriosa recorde no Paranaense, o que poderia ter rendido mais torcedores e simpatizantes.

7) Hostilizar a mídia, em episódios patéticos como a frustrada tentativa de cobrança pelos direitos de transmissão radiofônica das partidas e a proibição de ingresso da equipe da Transamérica.

Alguém se lembra de algum outro erro?

5 Comentários


  1. …”fatalmente teria garantido pelo menos o título paranaense.”

    Ora, só não esqueça que do outro lado, tem Keirrison e Carlinhos Paraíba.
    Favor, respeite o MAIOR TIME DE CURITIBA. Obrigado…

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  2. Prezado leitor: não tenho qualquer intenção de entrar nesse tipo de polêmica. Meu comentário se deve à situação do CAP naquela época, quando era franco favorito ao título paranaense e perdeu mais para si mesmo que para os adversários, especialmente por não ter mantido alguns jogadores importantes. Naquela ocasião, o time do Coritiba estava apenas começando a transformar-se no bom e equilibrado time de agora.
    Obviamente, ninguém vai negar que hoje o Coritiba está com um time bem melhor. Torço para que o Coxa consiga chegar ao G4 e comemorar os 100 anos jogando a Libertadores, assim como torço para que o Paraná volte logo à primeira divisão (e se ajeite de vez, para não cair mais).
    E, acima de tudo, torço para que o Atlético volte a ser o time campeão e brilhante que foi no início do século. Nada melhor do que ver o “trio de ferro” na primeira divisão, disputando a supremacia futebolística na terra das araucárias, com jogos de bom nível e estádios cheios.
    Por ora, a história recente registra maiores glórias ao Atlético (campeão e vice nacional, vice da Libertadores) do que aos dois co-irmãos. É claro que, como atleticano, vou sempre desejar que seja assim. Como costumo dizer, na qualidade de legítimo paranaense, a classificação ideal de um Campeonato Brasileiro, para mim, seria o Atlético em primeiro, o Paraná em segundo e o Coritiba em terceiro.

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  3. Entendo bem sua colocação. Também torço sempre para o futebol paranaense, e me indigno com paranaenses que não torcem para os nossos times. Talvez isso seja o diferencial do futebol gaúcho, por exemplo.

    O Atlético, na era Petraglia, conquistou uma grandeza extraordinária, grandeza que mostra o crescimento de nosso futebol e que é refletida aos co-irmãos do estado.

    Por fim, agradeço o retorno do comentário.
    Abraço, Jhover Silva

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  4. Jhover – A mídia ajuda a estereotipar o paranaense torcedor de clubes paulistas e cariocas…em especial no interior.

    Infelizmente a RPC compra o direito dos jogos mas transmite apenas partidas de equipes da capital (creio que a única excessão foi o clássico do café em 2008).

    Tudo bem que é uma jogada comercial…mas passar corinthians, spfc e flamengo ao invés dos clubes do PR também é…

    Outra coisa que desagrada é abrir jornal do interior e ler reprodução de notícias sobre equipes do eixo. A Folha de Londrina mesmo parece que existe apenas para malhar o LEC. É complicado!

    Enquanto isso temos cascavel falido, União e Matsubara fora dos profissionais, Gremio de Maringá de portas fechadas, Galo e Adap encerrando a parceria, Rio Branco de Pguá servindo exclusivamente de palanque político, Londrina para a lavagem de dinheiro, Iraty de mudança para Londrina….e assim vai! Lamentável.

    Alias, abçs professor. Não sabia que gostava de futebol.

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