FUTEBOL – QUE COISA!

Volta e meia posto aqui comentários sobre futebol. Acho incrível como o tema suscita paixões desvairadas – e não entendo bem por quê. Já recebi até ameaça de morte por isso no Facebook! Acredito na explicação freudiana: a paixão por um time de futebol faz parte dos mecanismos psicológicos de defesa que tornam a vida suportável. Mas, pelo visto, há muita gente que extrapola. Então, quero deixar clara minha posição a respeito do tema “futebol”.

Concordo com Nelson Rodrigues: o futebol é a coisa mais importante entre as coisas sem importância. Ele é efetivamente importante, pois movimenta muito dinheiro, emprega muita gente. E diverte mais gente ainda. Portanto para mim, o futebol não tem importância vital, não mato nem morro por ele – e acho estupidez fazê-lo. Para mim, que não tenho qualquer ganho profissional com o jogo, é apenas entretenimento.

Gosto bastante de futebol, como diversão. Sou torcedor do Clube Atlético Paranaense, sócio inclusive. Pago mensalidade, voto nas eleições do clube e frequento estádios de futebol. Torço, vibro e me divirto. Mas não sou desses que gostariam de ter uma bandeira do clube no caixão. Não tenho em casa nenhum objeto decorativo que lembra o time. Também não gostaria de ser enterrado com uma bandeira do Brasil, por exemplo, porque não me defino primordialmente como brasileiro ou atleticano, mas como ser humano.

Não odeio, não desprezo, não tenho raiva de qualquer pessoa por torcer para outro time. Jamais seria capaz de agredir alguém por causa de um time de futebol. Acho algo inacreditavelmente ridículo e estúpido. Gostaria de ver nos estádios torcedores misturados, como aliás acontece normalmente em muitos países, sem qualquer agressão idiota.

Sou paranaense e moro em Curitiba. Torço para o time do meu bairro, moro a cinco quadras da Estádio Joaquim Américo. Torço, sempre, para o Atlético contra qualquer adversário. Mas também gosto de ver o sucesso dos outros times da minha cidade e do meu estado. Já fui inúmeras vezes ao Couto Pereira torcer para o Coritiba em jogos contra adversários de fora. Assim como fui muitas vezes à Vila Capanema torcer pelo Paraná, e até ao Ecoestádio torcer para o Jotinha na série D. Porque gosto de futebol e sou paranaense.

Não torço “contra”. Acho isso um tanto doentio. Assim como na vida pessoal não almejo meu sucesso com o preço do fracasso alheio, não desejo que o “meu” time seja ótimo e os outros, fracassados. Que graça tem ser forte entre os fracos? Melhor é ser o mais forte entre os fortes. Por isso, numa situação ideal, quero ver o Atlético campeão, seguido de Paraná e Coritiba. Gostaria muito de ver um futebol nacionalmente forte e vencedor em Curitiba e no Paraná, com o Furacão sempre na frente – e vencendo rivais fortes. Torço para que CAP e CFC estejam entre os melhores da série A (CAP campeão, Coxa vice). Para que o Paraná vença a série B. Para que o Londrina ganhe a série D.

Gosto das cores do meu time. Gosto da combinação de cores do Paraná, embora ache que elas são muito mal aproveitadas no uniforme principal do clube (o Paraná já teve camisas muito bonitas, a atual camisa 1 não me atrai). Não gosto muito da cor verde, independentemente de ela estar ou não no uniforme do Coxa. Acho muito bonito o uniforme tradicional do Londrina. Esteticamente, aprecio uniformes como o do Cruzeiro, o da Holanda e vários outros. Ou seja, meu gosto por cores não está condicionado ao uniforme deste ou daquele time, embora, coincidentemente, eu aprecie muito a combinação rubro-negra e ache o verde uma cor sem graça. 

Admiro jogadores sérios e competentes, estejam em que time estiverem. É o caso do Alex e do Lúcio Flávio, por exemplo. Não os “odeio” por jogarem em times adversários. Não me agradam as músicas de torcidas que ofendem os adversários, sempre com palavras de baixo calão e, muitas vezes, discriminatórias. Abomino, considero uma baixaria com a qual não pactuo.

Enfim, sei que minha posição não é comum. Conheço muita gente boa, inclusive amigos meus, que é meio “doente”, a ponto de odiar os torcedores dos outros times e torcer pela desgraça alheia. Bem, considero isso um defeito, assim como tanta gente, inclusive eu, tem inúmeros outros defeitos, os mais variados, uns mais graves, outros menos. Não deixarei de ser amigo de ninguém por causa disso, mas é claro que acharia melhor que ninguém tivesse defeito algum kkkkk.

Isto posto, também não deixo de me divertir algumas vezes provocando torcedores adversários que perderam, por exemplo, mas sempre com bom humor e respeito. O que faço pouco, porque não é raro que as reações não sejam do mesmo nível, infelizmente. Fico espantado ao ver como algumas pessoas logo partem para a ofensa pessoal por causa de coisa tão banal.

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