Foto da tribo “isolada”

Diversos veículos reproduziram uma fotografia da AFP (clique aqui para vê-la), divulgada como sendo de uma tribo de índios isolados na fronteira do Brasil com o Peru. Aparecem na foto cinco índios olhando para o alto, um deles apontando o avião de onde foi tirada a foto.

Olhando-se a fotografia, percebe-se que a criança no centro tem em mãos um enorme facão. Bem, talvez uma tribo “isolada” não seja exatamente aquela que nunca teve contato com o homem branco. Mas não é o que o leitor não especializado em questões indígenas vai pensar, obviamente. Todo o significado da divulgação da foto como algo inusitado deve-se à ideia de que a tribo não teve contato com o homem branco.

Provavelmente, trata-se de um erro jornalístico na divulgação da imagem: o leitor é levado a pensar que se trata de uma tribo sem contato com os brancos, embora essa não seja a verdade. Ou então o objeto tão parecido com o facão é outra coisa, o que também demanda esclarecimento.

6 Comentários


  1. Tomás, querido,

    Passo sempre pelo seu blog para dar uma espiadinha nas suas aulas de Língua Portuguesa e de Jornalismo.
    Tudo o que você escreve aqui faz sentido e me ajuda a "me cobrar" mais enquanto estou escrevendo minhas matérias para a InvestMais, meus textos para o Imperdível ou até mesmo meus posts para o Pra Ver em Londres! =)

    Aguardo ansiosamente os próximos posts.

    Beijos saudosos,
    Shaschi

    Responder

  2. concordo com o que a moça acima disse. Será que os outros pensam que todo mundo é bobinho ou quem faz essas coisas é que o são (acredito na segunda hipótese)?
    É importante que haja pessoas como você, para trazerem essas críticas que, sem dúvida, valem como aprimoramento de observação e escrita para muita gente.

    Responder

  3. reformulando um pouco meu pensamento anterior, em análise mais acurada e desapaixonada da fotografia, percebi que o "facão" pode não ser mesmo um facão, mas uma vagem de jatobá – por exemplo. Se facão fosse, o curumim estaria segurando-o diretamente na lâmina, pois não vejo o cabo. É para pensar mais um pouco…

    Responder

  4. Querida Natasha: fico feliz em saber que você aparece por aqui de vez em quando. Apareça sempre e deixe seus comentários!
    Beijos,
    Tomás.

    Responder

  5. Caro Eriel: na tela do computador, é mais difícil de ver. Na foto impressa da Gazeta do Povo, aparece muito mais claramente a enorme semelhança com um facão, segurado pela criança no cabo e ficando apenas a lâmina aparente. A foto impressa é maior e mais nítida que a da internet. A forma é de um facão, assim como a cor, além de aparecer nitidamente uma borda mais afiada. Poderia ser, talvez, um ornamento feito pelos índios – mas para quem vê a foto impressa parece realmente um facão.
    Obrigado pelos seus comentários e observações.

    Responder

  6. Caro Eriel: na tela do computador, é mais difícil de ver. Na foto impressa da Gazeta do Povo, aparece muito mais claramente a enorme semelhança com um facão, segurado pela criança no cabo e ficando apenas a lâmina aparente. A foto impressa é maior e mais nítida que a da internet. A forma é de um facão, assim como a cor, além de aparecer nitidamente uma borda mais afiada. Poderia ser, talvez, um ornamento feito pelos índios – mas para quem vê a foto impressa parece realmente um facão.
    Obrigado pelos seus comentários e observações.

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *