Jornalista precisa “ouvir a outra parte”!

Todo e qualquer jornalista com um mínimo de formação sabe que é preceito básico, fundamental, no jornalismo “ouvir a outra parte”. Não se faz uma matéria jornalística sem ouvir todas as partes envolvidas, certo? Pois bem, para meu espanto, tenho visto páginas inteiras na Gazeta do Povo, principal jornal do Paraná, em que a outra parte não é ouvida…

No dia 1º de outubro, a Gazeta publicou reportagem de página inteira sob o título “Programa usa só 7% do previsto em segurança” (clique no título para ler), informando que o governo deixou de investir em área crucial.

A matéria não ouve nem uma fonte sequer do governo, nem publica uma palavra sequer daqueles que são os responsáveis pelo investimento. Pode isso?


Mais uma da Gazeta:

Matéria do dia 10 de outubro informa: “Prefeito é acusado de retaliação por suspender serviços” (clique no título para ler). Trata-se do prefeito de Corbélia-PR. O detalhe é que o jornal não ouviu o prefeito. A razão? “A reportagem tentou entrar em contato com Fontana, mas ele havia viajado a Curitiba”…

Ora, a sede do jornal é em Curitiba! Será impossível localizar um prefeito do interior em visita à capital? Ele não tem uma programação oficial a cumprir? Ou terá viajado a passeio?

Enfim, parece que os jornalistas andam muito acomodados e preguiçosos. Quando um jornalista recebe uma pauta, deve fazer todo o possível para cumpri-la da melhor maneira, mas, pelo visto, tornou-se hábito abandonar a busca na primeira dificuldade e “justificar-se” do modo mais fácil.

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