O cujo está morrendo. Para os apreciadores da Língua Portuguesa, um motivo de tristeza. Está caminhando gradativamente rumo à extinção o uso dessa palavrinha cuja aplicação é tão útil e específica. Todo mundo já deve ter lido ou ouvido frases mais ou menos assim: “… uma pessoa de quem ela não sabia o nome…” no lugar de “… uma pessoa cujo nome ela não sabia …”.
No dia-a-dia da mídia, o assassinato do cujo é evidente. Um exemplo extraído das páginas de um diário: “… a eficiência do panfleteiro é medida pelo número de ligações para o telefone do qual é responsável pela divulgação.” Não ficaria bem melhor com o uso do pronome moribundo? Vejamos: “… a eficiência do panfleteiro é medida pelo número de ligações para o telefone por cuja divulgação é responsável.” É outra sonoridade!
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Isso me faz lembrar um texto meu, mesmo, cuja (olha ele aí!) frase principal era “Eu tinha uma tia que eu morava com ela”; obviamente, com a intenção de ridicularizar o desconhecimento da língua pátria, naquele contexto.
E fico um pouco mais entristecido a cada mudança ortográfica que fazem nossos mandatários, derrubando o trema e outros amigos de infância… Logo, logo, estaremos escrevendo a linguagem da internet… “Vc tbm naum axa?” 🙂
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Pra falar a verdade, sempre achei meio feio o dito cujo. Feio, mas – e aí concordo com você – insubstituível. Não me pergunte por que acho feio, provavelmente não tenha uma boa explicação. Deve ser a sonoridade.
Por outro lado, para os advogados, o título do seu post (como se escreve ‘post’ em bom português?) é uma redundância, já que para eles o ‘de cujus’ é, por definição, o falecido. Vem da a expressão latina de cujus sucessione agitur, ou seja, “de cuja sucessão se trata”.
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Caro Tomás,
não conhecia o teu blog.
Concordo com o comentarista aí de cima: cujo é feio para chuchu. Mas você está certo: ele está mesmo desaparecendo. Você está certo duas vezes: ele realmente tem uma função importante. Tentei pensar em um neologismo para substitui-lo. Nenhum me agradou. Pensei em jaja/jajo, gaja/gajo, quequa/quequo.
Saludos,
Rafael