Aproveito um trecho da Gazeta do Povo de hoje (06/01) para dar uma dica sobre redação jornalística.
Segue o trecho:
Nesta semana, o dirigente declarou, em entrevista à rádio Banda B, que “ainda não fomos atrás de contratações, estamos esperando a reapresentação do elenco e analisando a questão dos jogadores que estão acabando seus contratos. Depois disso, vamos em busca de reforços.”
Há no trecho uma mistura indevida de discursos em terceira pessoa (a voz do jornalista) e primeira pessoa (a do entrevistado). O narrador jornalista escreve em terceira pessoa. Não deve emendar ao seu discurso o discurso em primeira pessoa do entrevistado. É preciso “passar a palavra” ao entrevistado, utilizando, por exemplo, os dois pontos – assim, faz-se a transição adequada dos discursos. Deveria ficar assim:
Nesta semana, o dirigente declarou, em entrevista à rádio Banda B: “Ainda não fomos atrás de contratações, estamos esperando a reapresentação do elenco e analisando a questão dos jogadores que estão acabando seus contratos. Depois disso, vamos em busca de reforços.”
Outra solução seria relatar o discurso do entrevistado em terceira pessoa. Como no exemplo que segue.
Nesta semana, Lopes declarou, em entrevista à rádio Banda B, que os dirigentes ainda não foram atrás de contratações, pois estão esperando a reapresentação do elenco e analisando a situação dos jogadores cujos contratos estão se encerrando. “Depois disso, vamos em busca de reforços”, afirmou.
Espero ter conseguido ser claro. Futuramente, comentarei outra questão ligada a isso: o excesso de citações entre aspas que tem campeado nos jornais.