Mais algumas considerações sobre Língua Portuguesa a partir do nosso instrumento diário, a Gazeta do Povo.
Já escrevi aqui que a flexão do infinitivo é tema dos mais complexos da nossa língua – mas ele deve, em regra, ser flexionado para concordar com o sujeito.
Vejamos a chamada na capa da Gazeta para o artigo de Carlos Ramalhete: “Multidões de analfabetos funcionais lotam os bancos universitários e ganham seus canudos sem nunca ter lido um livro inteiro.”
Fui conferir no artigo. Lá, está certo: “… sem nunca terem lido …”. No mínimo, curioso que na chamada tenham incluído o erro que não existe no artigo…
No mesmo artigo, um “erro” de regência que logo não será mais “erro”, porque o uso já o está consagrando: “… após um processo judicial que implica em pilhas enormes de papel…” Esse “em” não deveria estar aí. Mas quase ninguém mais percebe, não é? Na fala cotidiana, a grandíssima maiorias das muito poucas pessoas que utilizam o verbo “implicar” o fazem com o “em” – que só caberia em determinadas construções, como: “O deputado foi implicado no crime”.
Na Gazeta Esportiva, encontra-se a frase: “A moeda imobiliária é o crédito virtual concedido pelo poder público municipal para se construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal”. Acho que todo mundo se lembra da regra: “… para se construírem imóveis …”
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Pois é, Tomás, não entendi (rs) como não entendo quase nada do jornal da minha cidade. Nunca percebo se a polícia realmente esteve no local, ou se foi apenas boato.. 😉
Ultimamente vivo atormentada por uma questão ética: devo ou não alertar a dona de uma blog (que visita o meu e é um doce de pessoa)sobre erros de concordância e outros mais?
Abraço,
Jussara
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Prezada Jussara, talvez o problema do jornal da sua cidade seja jornalismo mal feito…
Quanto à sua dúvida, eu só alertaria se tivesse intimidade suficiente para isso rsrsrsrs… mas você pode indicar a ela o meu blog! Diga: "Veja esse blog, que poderá lhe ser útil" kkkkk…
Abraço!