“Loki e Houdini”?

Quem é Loki? Como o célebre ilusionista Houdini foi ressuscitado? Para saber a resposta, leia a Gazeta do Povo (Curitiba-PR) de hoje (25/06), cuja manchete é: Loki e Houdini descobrem banco “pirata” em Curitiba.

Recordemos o que diz o Manual de Redação da Folha de S. Paulo em relação aos títulos:
“A maioria dos leitores de um jornal lê apenas o título da maior parte dos textos editados. Por isso, ele é de alta importância. Ou o título é tudo que o leitor vai ler sobre o assunto ou é o fato que vai motivá-lo ou não a enfrentar o texto. O título deve ser uma síntese precisa da informação mais importante do texto. Sempre deve procurar o aspecto mais específico do assunto e não o mais geral.”

Parece que os jornalistas da Gazeta perceberam o absurdo, pois não reproduziram a manchete no portal da internet. Na rede, a manchete da capa da versão impressa não tinha destaque e até desapareceu da “capa” on-line por volta das 9h. Aliás, o texto na internet tem dados diferentes: diz que foram presas 20 pessoas, enquanto a edição em papel indicava 25 presos.
Em suma: na velocidade do jornalismo atual, a apuração passou a ser menos importante que a rapidez com que se divulga a notícia. Triste. Perde-se qualidade de informação. A credibilidade fica sob suspeita.

Nesses tempos em que a pressa cria até notícias falsas (como a inexistente queda de um avião em São Paulo noticiada pela Globo News), vale recordar a lição do mestre Gabriel García Márquez: “A melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor.”

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