Os erros mais comuns em um texto

Depois de anos revisando monografias, teses de doutorado, dissertação de mestrado, artigos científicos e livros, quando me perguntam quais os erros encontrados com mais frequência nesses textos, tenho dificuldade de responder. Na verdade, a gama de erros é variada. Em termos de quantidade, sem dúvida, levam o “prêmio” a pontuação e a acentuação. Mas estes são, geralmente, erros menos relevantes, muitas vezes resultantes de distração ou de problemas de digitação.

“Tiradas” do meu filho

Meu filho de 13 anos às vezes me surpreende com suas “tiradas”. Dia desses, estávamos voltando para casa à noite e passamos perto da praça Ouvidor Pardinho, onde muitos travestis fazem ponto. Comentávamos como havia alguns muito femininos e realmente bonitos. Minha mulher perguntou-lhe se os achava bonitos. Ele saiu-se com esta: “Sim. São como frutas de plástico – bonitas, mas não dão vontade de comer”. Em outra ocasião, ele

O ridículo moralismo estadunidense

Uma família de New Jersey achou uma atividade interessante para fazer no gelado inverno estadunidense: esculpiu em gelo uma réplica da Vênus de Milo. Pois um vizinho denunciou a “escandalosa” nudez da estátua, e a polícia obrigou a família a cobrir as partes pudendas da escultura. Absolutamente ridículo. A “moralidade” de muitos estadunidenses (extremamente “conservadores”) parece doença mental – mas é pior, é uma doença moral… A notícia foi distribuída

Razões para revisar um texto

Imagine alguém que goste (e entenda) muito de risoto. Nosso gourmand vai a um restaurante de grande prestígio, cuja cozinha é dirigida por um chef de renome internacional, e pede seu prato predileto: risoto de camarão. Ao recebê-lo na mesa, tudo parece perfeito: o aroma, a textura do camarão, os condimentos, o gosto delicioso… Entretanto, enquanto refestela o paladar, mastigando o arroz cozido no ponto perfeito, nosso personagem encontra, cá

Os crimes da escola - 2

Continuando a tratar do tema “os crimes da escola”, reproduzo a seguir mais um texto que circula pela internet, atribuído ao professor Waldemar Setzer, da USP, e também muito interessante para levantar reflexões sobre o assunto. Revoltado ou criativo? Por Waldemar Setzer, professor aposentando da USP Há algum tempo, recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de

Os crimes da escola

Estou de volta! Depois das férias, espero atualizar mais frequentemente o blog. Para recomeçar, um tema de minha preocupação permanente: o papel da escola como elemento de controle social (uma “aparelho ideológico do Estado”, no dizer de Althusser). A escola, como geralmente tem sido, é uma instituição criminosa, feita para embotar as mentes. Mais adiante, colocarei outras reflexões sobre o tema. Por ora, reproduzo abaixo um texto bem difundido, de

Luto por Zilda Arns

Interrompo minhas férias “blogais” para lamentar profundamente a morte de uma das maiores personalidades que o Brasil já teve, Zilda Arns, criadora da Pastoral da Criança. Indicada merecidamente ao Prêmio Nobel da Paz por três vezes (e mais justo seria que ela tivesse recebido o prêmio, e não o presidente que faz guerra), sua atuação foi responsável por salvar a vida de milhões de crianças em diversos países. Zilda foi

Avatar

Fui ver “Avatar” no IMax. Personagens “planos”, roteiro bem fraquinho, previsível, cheio de lugares-comuns. Visualmente deslumbrante. A sétima arte pode fazer, basicamente, duas coisas: 1) contar uma boa história; 2) encantar a visão. Avatar cumpre maravilhosamente o segundo item, embora deixe muito a desejar no primeiro. Mal comparando, é como num quadro: uma pintura abstrata pode ser linda e arrebatadora, mesmo sem “contar uma história”, assim como uma cena histórica

Segurança nos estádios: o normal, o excepcional e o paranoico

O caso da violência no estádio Couto Pereira após a partida Coritiba x Fluminense tem dominado o noticiário esportivo. Independentemente das consequências que o fato possa ter para o clube, a questão possibilita algumas reflexões importantes. Em primeiro lugar, é preciso ter claro que a violência não é “privilégio” dos estádios de futebol. Ela existe na sociedade e se potencializa em aglomerações, ainda mais as que envolvem paixão, como é

Sobre viver e morrer

No mês passado, recebi a inesperada notícia de uma morte precoce na família. A morte de uma prima que esteve muito presente na minha infância. Nossas famílias eram muito próximas e parecidas: pai, mãe e quatro filhos. No caso dela, quatro filhas; na minha família, três meninos e uma menina. Nos encontrávamos todo final de semana, brincávamos juntos. Foi de repente, um câncer fulminante, que a levou em menos de