Jornalismo por telefone?

Estou ficando cansado da frase: “A redação tentou contato com Fulano, mas ele não atendeu as ligações”.
Senhores repórteres, por favor: larguem um pouco o telefone e a internet, tirem a bunda da cadeira e vão até a fonte! Especialmente nos casos em que o local de trabalho ou residência da fonte é conhecido. E, às vezes, fica a algumas quadras do veículo de comunicação…
É muito cômodo dizer que “o outro lado não atendeu as ligações”. O repórter faz isso para “tirar o dele da reta” e não ser acusado por não ouvir o outro lado (princípio básico do bom jornalismo). Só que não cola…
O repórter deveria ir atrás da fonte pessoalmente, encará-la e fazer a pergunta incômoda – e depois, aí sim, relatar o resultado, ainda que seja: “Procurado pela reportagem, Fulano recusou-se a falar”. Pronto: cumprida a obrigação básica! Dizer que a fonte “não atendeu as ligações” não revela nada. Ela podia não estar no local. Ou ocupada. Ou nem saber quem estava ligando para “recusar-se a atender”.
A não ser que o entrevistado atenda, fale com o repórter e recuse-se explicitamente a responder, essa desculpa não cola.

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