McNamara e a “arte” da guerra

O ex-secretário de Defesa dos EUA Robert Macnamara, responsável pela ação estadunidense na Guerra do Vietnã, morreu na semana passada. Em diversas manifestações públicas, havia se declarado arrependido em relação à participação dos EUA na guerra. De tudo que disse, há algo que impressiona bastante. Ele afirmou que, no final da guerra, tinha duvidava da eficácia do bombardeio ao Vietnã do Norte. Mesmo assim, ordenou o bombardeio que fez milhares de vítimas. Sua justificativa para ter prosseguido com a ideia do bombardeio, mesmo não acreditando na sua utilidade para a vitória estadunindense: “Tínhamos que provar que não daria certo […] porque outras pessoas pensavam que poderia funcionar”. Então, para provar que não daria certo, mandou fazer. Mandou matar milhares de pessoas para mostrar a inutilidade do bombardeio. Assim é a “arte” da guerra…

1 comentário


  1. É que o valor da vida (inclusive humana) é relativo. Para um menor que passa fome, frio, mal-tratos, doença, amarguras mil, tirar a vida de alguém não é (segundo ele) algo tão grave, porque presume que está livrando a outra pessoa dos mesmos males seus. Da mesma forma, as pessoas "importantes" dão menor valor à vida dos pequenos, dos insignificantes ou dos que (presumem) não darão contribuição alguma à sociedade. Uns são diabinhos fazendo o mal, conforme o figurino manda; outros, deuses poderosos falsos, porque se tivessem um mínimo de sabedoria divina, usariam a energia de uma bomba para gerar alimentos e riquezas a quem precisa. O exemplo que você citou é apenas mais um dentre milhões, sobre o não-entendimento de coisas maiores e mais perenes que o indivíduo.

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *