Vida

A régua

Um dos prazeres da vida adulta é poder realizar alguns desejos de criança – mesmo que, em geral, a realização seja um tanto frustrante, pois o sonho alcançado invariavelmente fica longe do sabor do sonho sonhado em tenra idade. Lembro-me, por exemplo, do meu gosto infantil por camarão. Morávamos longe do mar, e camarão era iguaria fina e cara, ao menos para minha família. Uma vez por ano, nas férias

Não assista a este vídeo

Tenho alguma consciência ecológica. Como carne de vez em quando (embora possa passar um bom período sem ela, o que faço de tempos em tempos). Achava radicalismo exacerbado e um tanto ridículo o movimento contra o uso de roupas de peles de animais – afinal, se o homem é um animal carnívoro (como tantos outros) e abate animais para comer, por que não aproveitar suas peles e couro? Entretanto, recebi

Um livro que precisa ser lido

“Narrativas de um correspondente de rua”: quando li esse ótimo livro do jornalista Mauri König, repórter especial da Gazeta do Povo, de Curitiba, confesso que senti justificado o pessimismo de quem olha o ser humano com um sentimento de descrença, como é o meu caso. Mas há verdades que precisam ser ditas, publicadas e proclamadas. E há verdades que só podem ser ditas por homens corajosos. E só podem ser

Burrocracia

Um amigo foi aprovado no famigerado Exame de Ordem. Juntou os documentos necessários e foi à OAB pedir sua inscrição na entidade como advogado. A atendente alegou que estava faltando um documento: o certificado de aprovação no Exame de Ordem! Disse que “não tinha no sistema” a relação dos aprovados (que estava afixada num edital a três metros do balcão…) e que só poderia aceitar a solicitação de inscrição com

Responsabilidade Social

Em Bogotá, conheci uma lanchonete-restaurante chamada Crepes & Wafles (presente em muitos shoppings). Segundo me informaram, todas as funcionárias são mães solteiras – a política da empresa é só contratar mulheres com filho e sem marido. Um bom exemplo.

Tenho nojo do Palladium

Na Universidad de la Sabana, na cidade de Chía, vizinha de Bogotá, Colômbia, onde estou, procurei na internet notícias do Brasil e vi no UOL matéria com o título “Shopping de Curitiba barra jovens da periferia“. Eu já havia visitado o Palladium, e não gostei: um shopping inaugurado às pressas, em obras, com problemas de segurança, piso quebrado, banheiros insuficientes, sujos, sem papel – um desrespeito ao consumidor. Agora, diante

Lição da rua

Há muitos anos, quando era repórter de um jornal diário, levei um “fora” da namorada. Naturalmente, fiquei arrasado. Confesso que não tanto pelo amor alheio recusado, mas muito mais pelo amor-próprio ferido – afinal, estávamos no começo do relacionamento, naquela fase de esperanças mais que de grandes afetos. De qualquer modo, fiquei mesmo down, como se costuma dizer hoje (em idos tempos, a pessoa “ficava na fossa”). Fui trabalhar. No