Ser pai

Neste domingo, admirava meu filho. Vi seus dedos ágeis e rápidos tocando ao piano uma música difícil que nunca ousei tentar. Contemplei seu desenho mais recente, que eu jamais seria capaz de fazer. Lembrei-me de suas frases de efeito, tão bem humoradas. De sua incrível habilidade no computador, digitando em inglês com os dez dedos sem nunca ter feito um “curso de datilografia”….

Comovi-me ao rememorar tantas atitudes suas que revelaram um coração bondoso e solidário. Pensei nas noites que ele passou em claro para terminar um livro pelo qual se apaixonara. Recordei tantas outras coisas… Pensei inclusive em suas fraquezas, lacunas e falhas, que me dão a oportunidade de ajudá-lo.

E concluí que, ainda que eu nada possuísse, nada tivesse feito e não fosse ninguém, minha vida já teria valido a pena.

[15 ago. 2011]

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